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Descubra os vinhos do Etna: uma viagem sensorial pela Sicília Vulcânica

O majestoso vulcão Monte Etna, na ensolarada ilha da Sicília, emerge como um ícone

O majestoso vulcão Monte Etna, na ensolarada ilha da Sicília, emerge como um ícone indiscutível do terroir vitivinícola único e fascinante que o rodeia. A paisagem é de tirar o fôlego: o vulcão ainda ativo é cercado por vinhedos que se estendem pelas encostas íngremes. Nestes solos vulcânicos férteis, prosperam variedades autóctones como Catarratto, Carricante, Nerello Mascalese e Nerello Cappuccio.

Embora a Sicília seja conhecida por seu sol mediterrâneo, a região do Etna surpreende com seu clima chuvoso, condições ideais para a produção de vinhos frescos, com excelente acidez e elegância. As vinhas, em altitudes que variam de 450 a mais de 1.000 metros acima do nível do mar, beneficiam-se de diferentes exposições ao sol, resultando em vinhos com características únicas.

A região do Etna é verdadeiramente singular, com uma diversidade impressionante de terroirs refletida nos vinhos únicos que produz. Os solos vulcânicos variam em composição devido à atividade geológica, enquanto as condições microclimáticas locais, moldadas pelas montanhas, mar e vales circundantes, desempenham um papel crucial na expressão dos vinhos.

Foto: Cynthia Malacarne

Dividida em várias encostas –– Norte, Leste, Sudeste e Sudoeste ––, a região do Etna dá origem a vinhos com perfis diferenciados, cada um refletindo as características do seu microambiente específico. Além disso, as “Contradas”, pequenas áreas dentro da DOC Etna, identificadas como “crus”, conferem características distintas a cada vinho. É impressionante a diferença de perfil aromático, sabor e estrutura de um vinho elaborado, por exemplo, na contrada do lado norte, Castiglione di Sicília, Feudo di Mezzo, para um vinho do lado sul, contrada Trescastagni, Monte Ilice. O nome da contrada sempre está especificado no rótulo do vinho.

Vinhos do Etna / Foto: Cynthia Malacarne

Vinhos do Etna / Foto: Cynthia Malacarne

Nos vinhos do Etna, não é habitual o uso de madeira. Poucos produtores utilizam barris para envelhecimento ou afinamento, preferindo destacar a pureza das uvas autóctones. Atualmente essa zona possui apenas a DOC (Denominação de origem Controlada), mas espera, em breve, receber também a DOCG (Denominação de origem Controlada e Garantida).

Le Contrade Dell’Etna / Divulgação

Recentemente, participei do evento “Le Contrade dell’Etna”, organizado pela empresa Crew e liderado por Raffaella Schirò, Massimo Nicotra e Sergio Cimmino, abordou sobre mudança climática e sua influência na produção de vinhos no Etna. Foi uma oportunidade também para explorar mais profundamente a riqueza e a diversidade dos rótulos dessa região. Durante três dias de conferências, degustações e masterclasses, fiquei impressionada com a complexidade e a qualidade dos vinhos apresentados.

Masterclass – Le Contrade Dell’Etna / Divulgação

Uma características marcante dos vinhos do Etna é a ênfase nas variedades de uvas autóctones. O Nerello Mascalese, uma variedade antiga selecionada pelos viticultores há séculos, floresce nas encostas orientais do vulcão, próximo ao mar. Esta uva, um cruzamento natural de Sangiovese e Montanico Bianco, é a espinha dorsal dos renomados vinhos DOC Etna Rosso. Seu perfil distinto, marcado por notas musky e de tabaco, contribui para a complexidade e elegância desses vinhos. Já a uva Nerello Cappuccio exibe aromas de baunilha, especiarias e frutas maduras.

Vinhos DOC Etna Rosso / Foto: Cynthia Malacarne

Os vinhos brancos da região também têm ganhado destaque internacional pelas suas características peculiares. As uvas Carricante e Catarrato, usadas nos vinhos DOC Etna Bianco e Etna Bianco Superiore, apresentam perfis distintos.

Vinhos DOC Etna Bianco/ Foto: Cynthia Malacarne

A Carricante possui complexidade e longevidade, seus vinhos expressam-se melhor com o passar do tempo. O nome deriva de “caricare”, como em “carregar” (provavelmente, um carrinho ou jumento) com uvas: essa variedade não tem dificuldade em produzir frutos. Um eremita, Carricante prospera no Monte Etna, especialmente em suas altitudes mais altas (mesmo a 900 ou mais metros acima do nível do mar), onde a Nerello Mascalese, geralmente, não amadurece completamente.

A Carricante costumava crescer por toda a Sicília em séculos passados, mas hoje sua produção está limitada, principalmente, ao Etna. Os vinhos dessa variedade têm um caráter extremamente intenso de limão e salinidade. Um grande Carricante é semelhante a um Riesling seco (aromas de pedra, diesel, combustível, são comuns com a idade), exibindo aromas minerais refinados e sabores de limão, complicados por anis, camomila, maçã verde, sálvia, flor de laranjeira e damasco.

Já a Catarrato, cujo nome deriva grego “Kataratos”, que significa “rio caudaloso”, é conhecida por produzir uma grande quantidade de uvas. Seu perfil aromático é marcado por notas frescas e frutadas, muitas vezes com nuances cítricas e florais. Os rótulos elaborados com Catarrato costumam ser vibrantes e refrescantes.

Para os amantes do enoturismo, a Sicília, especialmente a zona do Etna, oferece uma experiência inigualável. Com uma excelente infraestrutura turística, que inclui hospedagem em vinícolas, passeios ao vulcão e uma culinária italiana de alto nível, esta região promete encantar os visitantes com sua beleza única e seus vinhos excepcionais. Recomendo incluir o Etna na sua próxima viagem enogastronômica.
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