Finalmente fui ao Gurumê conferir se era tudo isso mesmo que estavam falando. Primeira unidade fora do Rio de Janeiro, a casa chegou ao ParkShopping em março deste ano, mas, só na última semana, resolvi visitar badalado japonês que se instalou no Espaço Gourmet do mall.
O restaurante ocupa uma área imensa localizada logo à direita de quem acessa a entrada principal do Espaço Gourmet, e chama atenção de longe não somente pelo ambiente amplo, mas também pelo projeto arquitetônico que foge à vibe “salãozão”, com pequenos lounges à meia luz e um privativo, que pode ser fechado para eventos, além de mesas para poucas pessoas na varanda, onde fiquei a dois.
O primeiro impacto positivo foi o atendimento. Que alegria, que prazer, que recepção bem treinada ali, sabe? O apetite até ficou maior após a calorosa e ágil equipe me acomodar, apresentar o cardápio e tirar os pedidos. Fiquei em dúvida se o staff foi capacitado aqui, na capital federal, ou se importaram alguns profissionais do Rio de Janeiro para cá. E não, eu não estava como convidado da casa; fui como cliente, pagando minha conta mesmo.
A cozinha ao estilo aquário é um deleite para quem gosta de ficar de olho nos preparos, estes também feitos de modo ágil graças à robusta equipe no comando dos cortes dos peixes e nas panelas da cozinha quente.
Comecei pela seção de Brisas, com a Barriga de Salmão (lâminas com flor de sal, azeite trufado e raspas de limão-siciliano) e os Nigiris de Vieira trufados (dupla de sushi de vieira com flor de sal, azeite trufado e gotas de limão-siciliano). O primeiro estava com um corte perfeito e a textura de fresco, quem conhece sabe. Já o segundo foi amor à primeira mordida. É de conhecimento dos amigos que não sou o maior fã de receitas que levam azeite trufado, mas aqui ele foi aplicado corretamente, não roubou o protagonismo da vieira e não apresentou aquele insuportável cheiro de gás.
Depois, segui para o Gyoza de Porco e o impressionante Tataki de Wagyu (seis fatias finas e seladas de Wagyu, banhadas em molho ponzu, e enriquecidas com cebolinha e gengibre). Seria redundância falar da qualidade da carne desse gado de corte japonês, conhecida aqui também como Kobe Beef. Porém, posso destacar que, com um bom corte, o ponto certo e um molho ponzu (feito de shoyu combinado com sabores cítricos), a experiência ficou lá em cima.
Fechei as entradas com um dos carros-chefes: o atum com burrata, pesto e uma farofinha cítrica com limão-siciliano. Queria baldes disso, sem brincadeira. Que combinação perfeita essa!
Dos combinados, fiquei com o Tradicional (sashimis: três unidades de salmão e três de atum; sushis: três unidades de salmão, duas de atum, uma de peixe branco e duas de camarão; e rolls: duas unidades de atum spicy e quatro Filadélfia). E por que escolhi o mais simples? Porque, na minha filosofia, o restaurante tem de saber fazer o básico da culinária a qual se propõe. Se ele erra no fundamental, como vai se garantir nos mais complexos?
A conta final para duas pessoas, que saíram bem satisfeitas, ficou em R$ 448, incluindo ainda três drinques: um Fitzgerald belissimamente executado, um drinque autoral da casa à base de gin e pitaya, que prometia ser refrescante, mas, para o meu paladar, pendeu para o doce, e o meu xodó Negroni, este brilhando como sempre.
Felizmente, para o Gurumê –– e para o meu bolso ––, tudo valeu a pena.
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