Falei, na semana passada, sobre a onda de botecagem que tem tomado conta da Asa Norte, mas um grande expoente desse movimento recente no Plano Piloto está na Asa Sul e atende pelo nome de CasaMar. O bar, comandado pela chef Renata Carvalho, conquistou-me nas duas visitas que fiz, na unidade da 306 Sul, pela pegada de comida sem muito segredo e bem feita.
A primeira vez foi para conferir o rodízio de petiscos, que acontece sazonalmente por lá e é simplesmente perfeito. Na segunda visita, almocei o Cozidão da Chef, uma mistura deliciosa de carne de panela, maxixe, batata, cenoura, repolho, quiabo, banana-da-terra cozida, arroz branco e pirão de cuscuz. Bem servido, bem temperado e ótima pedida para aqueles dias em que precisamos de uma comida com “sustância” para segurar a vida no corpo.
Agora, pela terceira vez, minha experiência foi no CasaMar à beira do lago, dentro do complexo do Na Praia, no Setor de Clubes Sul. Começando pela experiência de pé na areia, que enriquece qualquer refeição, o almoço se estendeu tarde adentro com uma vista linda e uma estrutura que não deixa o cliente no sol, mas também não esconde o céu.
O cardápio desta operação é diferente da unidade na Asa Sul, com acréscimos que valem a pedida, como o pastel de arraia. Eu mesmo nunca havia provado a iguaria e achei inusitado, mas não me arrependi. O gosto é bem marcante e fica presente na língua. Mais tradicional, porém não menos importante, provei e aprovei o pastel de camarão. Em ambos, a massa estava muito bem feita e frita, o recheio farto e o tamanho satisfatório.
Segui para o vinagrete de polvo, servido em porção para compartilhar e que brilhou demais. Um balde disso, talvez, fosse o suficiente para mim. Com acidez no ponto, molusco macio e saboroso, o preparo apresenta um sabor refrescante, perfeito para o calor, além de ser coringa, harmonizando-se tanto com vinho branco quanto com um chopp estupidamente gelado, que foi minha pedida para acompanhá-lo. Vale destacar que o chopp servido é Heineken, que eu amo e quase não encontro na cidade.
Outra estrela do CasaMar Na Praia é a casquinha de siri com queijo gratinado. Clássica em casas especializadas em frutos do mar, a receita não ficou para trás e também vai bem como sugestão para abrir o apetite para o almoço ou como parte de petiscos durante uma tarde ensolarada.
Camarão Roll, do CasaMar. Reprodução do Instagram
Fechei com o camarão roll, que vem em um pão recheado com bastante camarão e um molho artesanal apimentado na medida, com fundo quase tártaro, mas que não apaga o sabor e a textura do crustáceo.
Não, eu não pedi um prato principal para almoçar no CasaMar, mas não senti falta em nenhum momento. Sim, eles existem no cardápio para quem não abre mão de uma “refeição” completa, mas para uma tarde em casal, a casa atendeu 100% da expectativa de programa diferente para um domingo brasiliense. Um salve para toda a equipe de atendimento que, mesmo no auge do movimento, segurou bem o timing de retirada e entrega de pedidos. Um sonho de princesa meu é que isso se replique cada vez mais por Brasília.
Como nem tudo são flores, preciso destacar que é simplesmente impossível conseguir mesa para almoço entre 12h e 13h no restaurante se você chegar após às 11h. Depois das 13h30, o movimento circulante começa e surgem mesas ou cadeiras de praia com ombrelones vagando para casais ou pequenos grupos. Eu cheguei às 11h em ponto, pois já estava munido dessa informação privilegiada, e consegui a penúltima mesa livre. Fica a dica.