Festival Brasileiro de Teatro de Terreiro celebra a arte popular em Brasília

A quinta edição do festival promove um mergulho nas estruturas dramáticas, nas simbologias e nos saberes do teatro popular. Reunindo...


A quinta edição do festival promove um mergulho nas estruturas dramáticas, nas simbologias e nos saberes do teatro popular. Reunindo mestres, mestras e grupos que transitam entre a tradição e a invenção, a programação coloca em diálogo manifestações tradicionais com experimentações cênicas contemporâneas.

A entrada é gratuita, mas é preciso retirar o ingresso que acontecerá sempre ao meio-dia do dia anterior à cada apresentação, pelo sympla. O espaço tem capacidade máxima para cerca de 150 pessoas, sendo sujeito à lotação.

Entre os convidados desta edição estão nomes de destaque da cena cultural brasileira, como o tradicional Reisado de Congo do Cariri de Mestre Zé Nilton (CE), o Grupo Grial de Dança (PE), Ana Cristina Colla do Grupo Lume (SP), o coletivo Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro (DF), Boi de Seu Teodoro (DF), atriz e bonequeira Odília Nunes (PE), o Circo sem Lona (DF), além dos grupos de mamulengo Recanto Cultural de Mestre Manoelzinho Salustiano (PE) e Mamulengo Fuzuê (DF), entre outros artistas, mestres e coletivos vindos de diferentes regiões do país.

O espetáculo Reinventando a Tradição, marca presença nesta edição trazendo ao palco a força do reisado de congo. Para o Mestre Zé Nilton, líder do grupo, a participação no festival é  muito importante para a preservação e divulgação do teatro de terreiro. 

“Vamos apresentar uma abordagem autêntica e vibrante do reisado de congo, uma tradição ancestral que mistura dança, música e religiosidade. Durante a nossa apresentação, vamos mostrar a brincadeira do reisado de congo, uma manifestação cultural muito rica em simbolismo e história, que envolve coreografias tradicionais e cantorias. Para nós é de extrema importância e estamos muito felizes em poder levar esse espetáculo, buscando preservar e divulgar essa expressão cultural, fortalecendo a identidade das nossas comunidades e celebrando a riqueza das nossas tradições através de uma participação cheia de significado e energia no festival de Seu Estrelo”, celebra.

Outro destaque desta edição é o Grupo Grial de Dança, que apresenta o espetáculo “Uma Mulher Vestida de Sol”, com direção e coreografia de Maria Paula Costa Rêgo. A montagem mergulha no sertão nordestino como espaço mítico e simbólico, explorando “a força trágica da tradição e da poesia”, a partir do romance homônimo de Ariano Suassuna, que, por sua vez, dialoga com o clássico Romeu e Julieta, de William Shakespeare. Assim como Suassuna, o Grial estrutura seus personagens e movimentos coreográficos nas especificidades culturais do universo popular brasileiro.

A diretora explica que a recepção do público candango é o que mais instiga e anima para as apresentações. “Sair do nosso ambiente cotidiano sempre me causa expectativas, porque a presença do público é um retorno real ao trabalho artístico que fazemos, às escolhas por uma linguagem cênica com cerne nas tradições populares. Ainda somos um país com visões e modos de fazer artísticos hegemônicos, e apesar dos avanços (está aí o Festival Brasileiro de Teatro de Terreiro que prova esse avanço!), ainda temos muito o que fazer. Mas acredito que Seu Estrelo é um grupo que tem seu próprio público em Brasília e não se cansa de aumentá-lo. Fico muito feliz de participar dessa construção por um olhar amplo, consciente e generoso sobre as artes brasileiras. Estou (e estamos no Grial) muito feliz por apresentar ‘Uma Mulher Vestida de Sol’ em terras brasilienses”, pontuou.

Sobre o Festival 

Criado em 2011 pelo grupo Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro, o festival realizou três edições até 2013 e após uma pausa, retornou em 2024. Este ano, o projeto segue a todo vapor, renovando a missão de difundir o teatro popular brasileiro em toda a sua potência inventiva e ancestral.

De acordo com Tico Magalhães, Mestre do Grupo Seu Estrelo, o Festival Brasileiro de Teatro de Terreiro nasceu para celebrar os teatros dos brasis profundos. 

“Um festival voltado aos teatros de roçado, de aldeia, comunitário, de quintal, de palco, de circo, de chão festeiro. Um festival voltado às feituras dramatúrgicas do povo brasileiro”, comenta Mestre Tico. 

 “Teatros onde o sagrado se fantasia de profano e o profano se mascareia de sagrado, para dar continuidade a essa arte milenar e ancestral”, complementa.

O Festival chega à sua 5ª edição reafirmando o compromisso com as feituras dramatúrgicas do povo brasileiro. O evento é também um espaço para celebrar a própria invenção artística do Grupo Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro, anfitrião do festival e um dos maiores expoentes do Teatro de Terreiro contemporâneo. 

O Festival de Teatro de Terreiro é uma realização do Centro Tradicional de Invenção Cultural, sede e escola do Fuá de Seu Estrelo e conta com recursos do Fundo de Apoio à Cultura da Secretaria de Cultura Cultural e Economia Criativa do Distrito Federal.  

Programação – V Festival Brasileiro de Teatro de Terreiro

7/9 (domingo)

  • 18h – Boi de Seu Teodoro (DF)
    Um dos mais tradicionais grupos de Bumba Meu Boi do Brasil Central, Patrimônio Imaterial do DF.
    Classificação: Livre

  • 19h – Reisado de Congo do Cariri de Mestre Zé Nilton (CE)
    Espetáculo: Reinventando a Tradição
    Cânticos, entremeios e jogo de espadas numa vibrante celebração do teatro popular nordestino.
    Classificação: Livre

8/9 (segunda)

9/9 (terça)

  • 20h – Grupo Grial (PE)
    Espetáculo: A Mulher Vestida de Sol
    Adaptação coreográfica do romance de Ariano Suassuna, inspirada no sertão e nas tragédias amorosas à la Romeu e Julieta.
    Classificação: Livre

10/9 (quarta)

11/9 (quinta)

12/9 (sexta)

13/9 (sábado)

  • 19h – Odília Nunes (PE)
    Espetáculo: Cordelina
    Boneca gigante que fala com o coração e encanta com poesia e música nordestina.
    Classificação: Livre

  • 20h – Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro (DF)
    Espetáculo: O Amor é um Rio sem Margem (4ª Roda)
    Uma história de amor submerso no Mito do Calango Voador, entre peixes encantados e um Circo Solar.
    Classificação: 16 anos

14/9 (domingo)

  • 16h – Circo sem Lona (DF)
    Espetáculo: Invasões Bárbaras
    Palhaçaria crítica e bem-humorada sobre a colonização e o poder.
    Classificação: Livre

  • 17h – Mamulengo Recanto Cultural de Mestre Manoelzinho Salustiano (PE)
    Espetáculo: O Coco de Benedito
    Uma animada festa de bonecos com música, crítica e improviso popular.
    Classificação: Livre

  • 18h – Mamulengo Fuzuê (DF)
    Espetáculo: Benedito, Abençoada e Bendizido
    Mamulengo candango que mistura tradição e improviso com muita alegria e irreverência.
    Classificação: Livre

Serviço 

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