É praticamente impossível evitar: na ceia de Natal, muita gente “chuta o balde” e transforma a alimentação mais saudável em uma meta para o ano seguinte. Porém, uma dica simples pode ajudar a transformar a noite de 24 de dezembro em um encontro familiar menos danoso para a dieta: preparar a ceia em casa.
“Os pratos natalinos tradicionais, feitos com carnes assadas, farofa, frutas secas, legumes e grãos fazem parte da cultura alimentar brasileira, que deve ser valorizada. As preparações caseiras geralmente têm menos sódio, gordura, açúcar e aditivos químicos”, ensina a nutricionista da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), Carolina Cunha.
A ceia feita em casa, segundo a profissional, também tem importância para a educação alimentar das crianças: ao acompanhar os preparos, elas aprendem sobre os alimentos, conhecem as tradições culinárias e até aceitam melhor os pratos, além de ser uma atividade diferente para o período de férias. “Resgatar a elaboração alimentar doméstica é uma forma de preservar tradições, fortalecer vínculos familiares e melhorar a qualidade nutricional da ceia”, acrescenta Cunha.
Essa é a realidade na casa da Núbia Santos, de 43 anos. Cozinheira de mão cheia, já no início de dezembro ela começa a ser questionada pelos parentes sobre o que vai servir na véspera do feriado. O preparo, contudo, recebe ajuda de muitas mãos. “Na minha família, a gente sempre teve esse hábito de passar o Natal juntos, fazendo todo tipo de comida”, conta. Na noite da ceia, a mesa fica cheia, com o marido, seus irmãos, cunhados, sobrinhos e amigos.
Núbia prefere comprar alimentos para ela mesma preparar. “Eu nunca pego um peru e coloco direto no forno. Prefiro usar o meu tempero caseiro”, revela. Ciente da importância dos vegetais, ela aposta na criatividade para fazer apresentações bonitas, que chamam a atenção. “Uso legumes e verduras, cozidos ou crus, para fazer saladas bem bonitas”, diz.
Bom senso nas escolhas
Cunha ressalta a importância do Guia Alimentar para a População Brasileira. Elaborado pelo Ministério da Saúde, o documento reforça que não existem alimentos “proibidos”, mas, sim, escolhas que devem ser feitas com consciência. As exceções podem acontecer, como um doce ou um prato típico das festas, desde que inseridas em uma rotina que continue priorizando alimentos in natura ou minimamente processados, como frutas, vegetais, feijões, carnes, cereais, leite e ovos.
“As férias podem trazer uma rotina mais leve e flexível, mas isso não precisa significar ‘chutar o balde’. É possível aproveitar encontros, viagens e celebrações sem abrir mão completamente de hábitos saudáveis. É sempre tempo de ‘pegar o balde’ de volta”, acrescenta Cunha.
*Com informações da Secretaria de Saúde








