Em uma conquista especial para a educação pública do Distrito Federal, as alunas Isabela Santos de Almeida, de 16 anos, e Isadora da Silva Brito, 17, do segundo ano do ensino médio do Centro de Ensino Médio (CEM) Urso Branco, no Núcleo Bandeirante, conquistaram medalhas de bronze na 10ª fase nacional da Olimpíada Brasileira de Geografia (OBG). É a primeira vez que a escola alcança medalhas na etapa nacional da competição.
O evento, realizado em Campinas (SP) entre os dias 25 e 28 de novembro, reuniu aproximadamente 190 estudantes de todo o Brasil, representando 67 equipes. As alunas do CEM Urso Branco ficaram entre os 100 melhores competidores do país, garantindo a medalha de bronze.
A jornada até Campinas
A viagem contou com o apoio do Governo do DF, que custeou as passagens e parte da hospedagem, além do suporte do Sindicato dos Professores (Sinpro) e da própria escola, que organizou uma campanha de arrecadação para complementar os recursos.
“Dedicamos tempo aos estudos para nos prepararmos. A professora compartilhou conosco os conteúdos, e cumprimos nossas responsabilidades da melhor forma possível”, relatou Isabela Santos de Almeida.
Desafios
Durante três dias, as alunas enfrentaram diferentes modalidades de avaliação. No primeiro dia, pela manhã, fizeram uma prova escrita sobre temas da atualidade, meio ambiente, COP30 e conflitos políticos. À tarde, realizaram uma segunda etapa, voltada à cartografia e à interpretação de mapas. No dia seguinte, participaram de um teste de múltipla escolha em vídeo, com o tempo cronometrado.
“Inicialmente, não consegui acreditar. Quando anunciaram meu nome para a medalha de bronze, fiquei em choque. Meu corpo tremia”, recordou Isabela. “Logo depois, anunciaram o nome da Isadora também, e fiquei extremamente feliz por conquistarmos as medalhas juntas.”
Para Isadora da Silva, o aspecto mais marcante foi a convivência. “Construímos uma conexão que transcendeu o ambiente escolar. Estabelecemos laços de amizade e confiança. Foi uma experiência muito rica.”
Preparação
O sucesso foi resultado do trabalho consistente conduzido pela professora Ilka Lima Hostensky, que atua há 26 anos na rede pública. “Fizemos um grupo de estudos, elas se dedicaram, e o resultado foi maravilhoso”, destacou a educadora.
A professora ressaltou a importância da conquista. “É uma forma de transformar a vida desses alunos, mostrar que existe educação pública de excelência, ampliar horizontentes, incentivar desafios e abrir portas.”
Ilka enfatizou que o resultado é fruto de esforço coletivo. “Nenhum evento que a gente participa é feito por uma pessoa só. Sem o apoio da gestão, dos colegas dos professores e da coordenação, não teríamos conseguido.”
Apoio institucional fundamental
O diretor do CEM Urso Branco, Dreithe Thiago Ribeiro, reforça o papel da escola para os resultados atingidos pelas estudantes. “Para esses alunos talentosos, a estrutura de suporte oferecida é crucial. Sem ela, suas conquistas não seriam possíveis. Quando ficamos sabendo da classificação, virou festa aqui. Elas viraram celebridades, todo mundo quer saber como foi”, comemorou Dreithe.
Olhando para o futuro, as alunas já planejam novas participações. “Gostaríamos de participar novamente e chegar à fase nacional mais uma vez. Penso também em competir nas Olimpíadas de História, mas meu foco principal continuará sendo Geografia”, revelou Isadora.
*Com informações da Secretaria de Educação (SEEDF)









