As escolas públicas do Distrito Federal estão mobilizadas para a 28ª edição da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), que será realizada nesta sexta-feira (16). A competição nacional, que fomenta o interesse por ciências espaciais, contará com a participação de 6.075 alunos da Secretária de Educação do Distrito Federal (SEE-DF) de 55 escolas, incluindo os Colégios Militares.
Na edição de 2024, a rede pública do DF alcançou resultados expressivos: 94 discentes premiados, distribuídos em 30 medalhas de ouro, 35 de prata e 29 de bronze. Ao todo, 2.407 alunos de 54 unidades educacionais representaram o DF no ano passado. Com organização da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB), o certame abrange desde o ensino fundamental até o médio.
“A Olimpíada Brasileira de Astronomia é mais do que uma competição; é uma jornada de descobertas que inspira nossos jovens a explorar o universo do conhecimento. Desde a criação, a OBA tem sido uma ferramenta poderosa para despertar o interesse dos jovens pelas ciências espaciais, promovendo a difusão do conhecimento de forma lúdica e cooperativa”, destaca Iêdes Soares Braga, subsecretária de Educação Básica.
Helio Jaques Rocha Pinto, presidente da SAB, ressalta a importância da competição. “A astronomia possui uma grande capacidade para inspirar a criatividade dos jovens. Esse é um tema que frequentemente é usado como motivador para a discussão de outras áreas da ciência. A OBA tem auxiliado na descoberta de muitos talentos acadêmicos”, afirma.
Destaque em competições científicas
O Centro de Ensino Fundamental (CEF) Polivalente, inaugurado em 11 de março de 1974, é conhecido pela excelência acadêmica e tradição em competições científicas. Na OBA de 2024, foi a escola da rede pública que obteve o maior número de medalhas de ouro.
Áurea Satomi Sone, diretora da escola, explica a preparação dos alunos: “Para a prova na sexta-feira, vamos reunir todos os inscritos. Para os da manhã, os professores de ciências já vão fazer as orientações com cada turma. E para os da tarde, temos 75 inscritos do sexto e sétimo anos. Vou mostrar como foi o gabarito do ano passado e ensinar como preencher corretamente.”
Edenicio Brito Santana, professor de ciências há dez anos no CEF Polivalente, recebeu a Medalha de Honra ao Mestre da OBA 2024. Ele explica como a unidade escolar implementou a preparação: “Trabalhamos com o que está no currículo, abordando os temas progressivamente. Quando possível, a escola oferta um aulão ou encontro no contraturno, mas temos desafios de logística, já que muitos alunos moram distante”.
Para ajudar, a escola disponibiliza o site da OBA e alguns links para a preparação, e os professores colocam-se à disposição para tirar dúvidas.
Interesse compartilhado
O entusiasmo pela astronomia é evidente entre os estudantes do CEF Polivalente. Jorge Stanzioni Costa, aluno do 9º ano, relata como o interesse pela OBA surgiu. “Eu me interessei no começo do ano passado quando a prova começou a ser aplicada presencialmente. Astronomia sempre foi um conteúdo em que tive interesse, sempre gostei muito de estudar, ver aulas, vídeos e jogos sobre o tema. É algo que já pensei em fazer profissionalmente quando adulto.”
Mesmo enfrentando dificuldades, Jorge não desistiu de participar da competição no ano passado. “No dia da prova, eu estava me recuperando de dengue, mas como não queria perder a chance de participar, fui para a escola e fiz a prova. Mesmo doente e sem preparo específico, utilizei apenas o conhecimento que já tinha do assunto.”
Compartilhando da mesma paixão pelo conhecimento científico, Leonardo Ferreira Leiria da Silva, também do 9º ano, enxerga nas olimpíadas um caminho para realizar seus sonhos profissionais. “As medalhas são muito importantes para mim, porque quero ser físico e estudar em uma faculdade renomada. Quero me destacar e mostrar que sou diferente dos outros.”
Dicas
Para os estudantes que se preparam para a prova desta sexta-feira (16), Betânia Cristina Januário Pereira, colega de turma dos medalhistas, oferece dicas valiosas. “É só não se desesperar. No YouTube tem várias videoaulas que ajudam muito, falam sobre todos os assuntos necessários. A prova não é tão difícil assim, basta se dedicar ao assunto.”
Bruna Silva Borba reforça a importância do aprendizado contínuo: “Eu diria para relembrar sempre o que estava estudando, porque é algo que vem desde o primeiro ano”.
Betânia destaca ainda como o interesse pelas olimpíadas espalhou-se entre os colegas. “Agora, falo mais sobre esses assuntos com meus amigos, eles também se interessam mais em aprender sobre as olimpíadas e dedicar-se para conseguir medalhas. É interessante ter amizades que também falem sobre as olimpíadas com você.”
*Com informações da Secretaria de Educação