Aos 3 anos, Verônica Brilhante montou o primeiro arranjo de flores secas do Cerrado. Desde então, a artesã, que cresceu na Feira da Torre de TV, viu seu talento romper fronteiras com o apoio do Governo do Distrito Federal (GDF). Hoje, aos 49 anos, a artista não só vive 100% do artesanato, como também leva suas criações para feiras renomadas, no Brasil e fora do país.
A artesã conta que a ajuda para expandir os horizontes do seu negócio veio da Secretaria de Turismo do DF (Setur). A pasta seleciona, em média, 10 artesãos da capital federal para exporem as artes nos principais eventos nacionais e internacionais. “Esse apoio foi fundamental para meu crescimento, tanto financeiro quanto profissional. Por meio da Setur, eu acesso cursos em que consigo estar evoluindo e me desenvolvendo”, relata.
Um dos cursos para o qual se inscreveu foi o de fotografia. O objetivo, segundo ela, era aprimorar a qualidade das fotos usadas nas publicações da loja nas redes sociais e nos sites de comércio eletrônico. “Eu tento absorver todo esse conteúdo disponibilizado e tem dado certo. Hoje, eu tenho vendas até para fora do Brasil, em países como Canadá, Portugal e Estados Unidos”, prossegue.
O secretário de Turismo do DF, Cristiano Araújo, afirma que o segmento está diretamente ligado ao desenvolvimento da capital e compete à pasta estimular a atividade. “Sempre temos apoiado os artesãos no sentido de inseri-los nessas feiras, levando o nome de Brasília para fora e os ajudando a expor e comercializar suas criações. Com a Setur, os artesãos selecionados pagam apenas o custo da viagem deles, nós oferecemos o frete dos produtos por meio de caminhões. Em algumas feiras internacionais, expomos os produtos em estandes nossos, do GDF”, detalha.
Lojas compartilhadas
Outra iniciativa da Setur com resultados imediatos para os artesãos foi a abertura de lojas de comercialização colaborativa entre os artistas. Atualmente, os espaços funcionam nos shoppings Pátio Brasil, no Plano Piloto, e Alameda, em Taguatinga. Recentemente, o GDF inaugurou mais um local de venda compartilhada, na Feira do Guará. Um quarto estabelecimento está em negociação para ser montado no shopping Conjunto Nacional.
A seleção dos trabalhos é feita por meio de um edital de chamamento público. O certame leva em consideração produtos que fazem referência à identidade de Brasília. Cada local atende, em média, 15 profissionais pelo período de três meses, quando um novo edital é lançado para beneficiar outros artistas da área.
Um dos artesãos contemplados foi José Patrocínio, 55. Ele atua no segmento desde a década de 1980, tendo sido um dos pioneiros da Feira da Torre de TV com a venda de bijuterias. Atualmente, ele comercializa produtos de marcenaria criativa. “Hoje, o artesanato se encontra na melhor pasta que poderia estar, a Setur. Isso porque o turismo agrega um olhar positivo para o artesão, com incentivos: promove cursos, editais para as exposições de feiras dentro de Brasília como fora também”, defende.
Recorde de arrecadação
Os elogios de Verônica e José encontram respaldo nos números que destacam o crescimento do segmento no DF. Com mais de 14 mil artesãos registrados, a atividade bateu recorde de arrecadação com a comercialização de produtos em 2023, alcançando um total de R$ 1.561.322,333. No mesmo ano, a capital ultrapassou a marca de 14 mil artesãos regulamentados no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (Sicab).
Entre as influências para o crescimento estão as ações do GDF em favor da categoria, como capacitação profissional, disponibilização de espaços para comercialização, acesso a linha de microcréditos de até R$ 2,5 mil e apoio para garantir a participação dos profissionais locais em eventos fora de Brasília.
Fonte: Agencia Brasília