Brasília sedia nesta sexta (8) evento sobre Terapia Gênica com foco em doenças raras, autismos sindrômicos e câncer


Em 8 de agosto, o Instituto DEAF1 e Autismos Sindrômicos realiza, no Auditório da Finatec, no Campus Darcy Ribeiro, da Universidade de Brasília (UnB), o Fórum “Terapia Gênica no Brasil”. Trata-se de um encontro aberto ao público dedicado à divulgação científica acessível e ao fortalecimento da articulação entre médicos, famílias, pesquisadores e instituições envolvidas com o avanço no tratamento de várias doenças, incluindo condições genéticas raras como hemofilia, atrofia muscular espinhal (AME), epidermólise bolhosa, anemia falciforme, lipofuscinoses e síndromes do espectro autista.

Com uma programação que alia ciência, afeto e informação qualificada, o evento marca o lançamento do documentário “Terapia Gênica no Brasil”, financiado por edital da Pfizer Internacional, e promove painéis temáticos que abordam desde os primeiros passos da pesquisa até os entraves regulatórios e os desafios de acesso às terapias já aprovadas no Brasil. As inscrições para participar podem ser feitas através do Sympla

Mas o que é terapia gênica? Em linhas gerais, trata-se de uma abordagem inovadora da medicina que busca corrigir falhas genéticas diretamente na raiz do problema. Ou seja, em vez de apenas tratar sintomas, como comumente acontece, ela atua sobre o material genético das células, com o objetivo de substituir ou silenciar genes defeituosos que causam doenças. Esses estudos têm despertado grande expectativa, principalmente no campo das doenças genéticas raras, já que muitas delas (cerca de 95%) não têm tratamento eficaz. Ainda em desenvolvimento para a maioria das condições, essa abordagem representa um marco na medicina de precisão, aproximando a ciência de soluções personalizadas e transformadoras para quem convive com doenças até então consideradas sem saída. 

Para abordar o tema de forma a contemplar o público diverso a que se propõe a alcançar, o Fórum combina duas ações principais: a exibição dos episódios do documentário seguida de debates em formatos de painéis para desdobrar esses conteúdos ao máximo. A ocasião será ideal para que dúvidas possam ser levantadas, debatidas e novas hipóteses ou pesquisas, sugeridas. Um momento único de união entre diversas pontas desse ecossistema: pesquisa, governo, médicos e famílias. 

Por mais que a questão pareça distante para a maioria das pessoas, é possível que muitos já tenham ouvido falar do “remédio mais caro do mundo”. Também causa fascínio o caso do “Bebê CRISPR”. Sem falar na polêmica das mortes nos testes do medicamento Elevydis, para distrofia muscular de Duchenne, nos Estados Unidos. Esses são alguns exemplos de como o assunto da Terapia Gênica está borbulhando no cenário internacional. Mas e no Brasil, a quantas anda a pesquisa por aqui? Ela existe? Como ter acesso a ela? Nossos cientistas estão em dia com as atualizações desse campo? Estas e tantas outras são questões pertinentes a este fórum.

É comprometido com a difusão do conhecimento científico em benefício da saúde das pessoas com doenças genéticas, que o Instituto DEAF1 e Autismos Sindrômicos, lançou-se no desafio de documentar as iniciativas e os conceitos básicos sobre Terapia Gênica no Brasil. Financiado pela Pfizer Internacional por meio de edital público de educação sobre genética,  o documentário traz três episódios: “Ciência Básica”, “Ciência Translacional” e “Ciência Clínica”. As filmagens, realizadas em São Paulo, Curitiba, Rio Grande do Sul e Brasília, trazem o conhecimento, experiência e relatos das pessoas mais embasadas para tratar do assunto, no Brasil.

Mais do que um evento técnico, “Terapia Gênica no Brasil” será uma oportunidade pioneira de compartilhamento de vivências, construção de redes e sensibilização sobre os caminhos possíveis para o futuro do tratamento de síndromes raras e doenças de fundo genético no país. Com possibilidade de participação presencial e online, o evento destinará toda a arrecadação dos ingressos a pesquisas científicas conduzidas pelo Instituto DEAF1 e Autismos Sindrômicos.  

Organizado por uma instituição que nasceu do cotidiano das famílias afetadas, o evento traduz a ciência para a realidade de quem vive, dia após dia, os impactos das doenças raras. A presidente do Instituto DEAF1, a jornalista e publicitária Ana Karine Bittencourt, é mãe de uma criança diagnosticada com uma síndrome ligada ao gene DEAF1 e atua ativamente no fomento à pesquisa no Brasil. 

“No Instituto DEAF1, queremos que a ciência avance para trazer benefícios concretos para os problemas de saúde dos nossos filhos. Para isso, aprendemos os termos científicos, nos aproximamos dos pesquisadores, sugerimos redes, hipóteses e acompanhamos os trabalhos para ajudar. Também fazemos questão de difundir o conhecimento entre nós e o maior número de pessoas. As famílias precisam fazer parte desse ecossistema de avanço científico na genética, por serem comprometidas com o produto final: a saúde de seus filhos. Esta é a razão para não deixarmos que o conhecimento se perca por problemas diversos que podem surgir no meio do caminho. Acreditamos que a ciência é uma estrada possível também no Brasil. A Terapia Gênica, aqui compreendida como as múltiplas possibilidades de intervenção genética seja por CRISPR, ASO, RNA ou outra estratégia, é um assunto que está em voga no mundo inteiro. Não podemos ficar alheios”, afirma Ana Karine.

Sobre o Instituto DEAF1

Criado em Brasília em 2020, o Instituto DEAF1 é uma associação sem fins lucrativos, pioneira na pesquisa sobre mutações no gene DEAF1 e autismos sindrômicos. Ele atua como ponte entre cientistas e famílias, democratizando o acesso ao conhecimento científico e promovendo ações que aceleram o desenvolvimento de tratamentos eficazes. Com forte base ética e compromisso com a vida, o Instituto constrói redes de apoio e pesquisa dentro e fora do Brasil.

O Instituto tem se destacado como produtor de conteúdo sobre avanços científicos em condições raras, especialmente neurológicas. A terapia gênica é um de seus objetivos estratégicos. Há anos atua com seu Núcleo de Inovação Tecnológica próprio, incentivando conexões nacionais e internacionais entre pesquisadores.

Fazem parte do instituto profissionais de diversas áreas, incluindo médicos, fisioterapeutas, biólogos, biomédicos com mestrado e doutorado, pesquisadores em saúde pública, professores, administradores, jornalistas, publicitários, assistentes sociais, especialistas em tecnologia da informação e analistas de sistemas. Essa diversidade permite um trabalho multidisciplinar, integrando conhecimento científico, apoio clínico e suporte social. Em comum, vários desses profissionais têm a proximidade com pessoas afetadas pela deficiência no DEAF1, o que confere a eles ainda mais propriedade para desenvolver o assunto.  

 

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