Cuidado e acolhimento marcam ações natalinas na psiquiatria do Hospital de Base

O espírito natalino é, tradicionalmente, um período marcado por cuidado, acolhimento e proximidade. Na ala de psiquiatria do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), esses valores se materializam em ações concretas de humanização.

Nos últimos dias, uma série de iniciativas promovidas pelo Serviço Auxiliar de Voluntários (SAV), com apoio do Hospital de Base, unidade gerida pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), tem proporcionado momentos de convivência, música e entrega de lembranças aos pacientes internados, tornando o ambiente hospitalar mais leve e acolhedor nesta época do ano.

A atividade levou alegria e diversão a uma das alas com menos visitas do Hospital de Base | Fotos: Alberto Ruy/IgesDF

Na tarde de segunda-feira (22), uma das atividades reuniu pacientes, voluntários e profissionais da saúde em um momento de confraternização, marcado por apresentações musicais, entrega de lembranças e a presença do Papai Noel. A iniciativa criou um espaço de acolhimento especialmente significativo em um setor em que muitos pacientes enfrentam longos períodos de internação e, em alguns casos, a ausência de visitas familiares.

Para a presidente do SAV, Vandelícia Rodrigues, o cuidado com a saúde mental exige sensibilidade e atenção contínuas. “A psiquiatria precisa desse olhar mais atento. Muitos pacientes ficam internados por bastante tempo e nem sempre recebem visitas. Por isso, ao longo do mês, desenvolvemos atividades como a confecção de decorações natalinas e a escrita de cartinhas para o Papai Noel, sempre respeitando sonhos e desejos possíveis. É um trabalho construído em parceria entre voluntários, equipe médica e assistencial, no qual cada detalhe é preparado com muito carinho”, explica.

Além dos voluntários, médicos, enfermeiros e colaboradores do setor administrativo da psiquiatria participaram ativamente das ações. Para a enfermeira Jaciane Lopes, que ajudou na organização das atividades, esses momentos fazem diferença direta no bem-estar emocional dos pacientes. “Muitos estão aqui por questões sociais e sentem ainda mais o peso dessa época do ano. Essas ações fortalecem vínculos, promovem conexão e ajudam a resgatar o verdadeiro significado do Natal, mesmo longe da família”, destaca.

36

Número de pacientes atendidos na área de saúde mental do HBDF

Atualmente, a ala de saúde mental do HBDF atende 36 pacientes, entre internações e atendimentos de pronto-atendimento, além dos acompanhamentos ambulatoriais. Segundo a equipe, as atividades contribuem para o fortalecimento de vínculos, a redução da ansiedade e a humanização do cuidado, além de aproximar profissionais e pacientes em um ambiente mais empático e acolhedor.

Para Patrícia Martins, mãe e acompanhante de uma das pacientes internadas, o Hospital de Base tem sido fundamental no tratamento da filha. “Aqui é um hospital de referência, de excelência. Vim de São Paulo para que ela fosse atendida aqui e só tenho a agradecer. A equipe é muito responsável e humana. Ver minha filha melhorando e participando de momentos como esse faz toda a diferença”, afirma.

Além dessa ação, os integrantes do SAV visitaram, na última semana, diversos leitos de internação do hospital, levando música e o espírito natalino aos pacientes. Usando toucas de Papai Noel, os voluntários distribuíram bolsinhas térmicas, que auxiliam no transporte de lanches, água, medicamentos e até documentos pessoais, facilitando a rotina hospitalar dos pacientes.

Divertimento e interação

No dia 15 de dezembro, o refeitório da ala de psiquiatria foi cenário de uma atividade diferente: um campeonato de videogame que reuniu pacientes e colaboradores. Os participantes podiam escolher entre jogos de futebol, luta, corrida ou tiro e competiam em partidas amistosas contra profissionais da saúde.

“É mais fácil engajar o paciente quando a proposta faz sentido para ele e desperta interesse, do que impor uma atividade que ele considere cansativa”

Raphael Thabo, terapeuta ocupacional

A “gameterapia” já é uma estratégia adotada pela equipe na interação com os pacientes. Segundo o terapeuta ocupacional Raphael Thabo, a proposta surgiu a partir dos interesses manifestados pelos próprios pacientes, e o principal objetivo é promover uma quebra da rotina hospitalar. “Essas atividades ajudam na reabilitação cognitiva e motora. É mais fácil engajar o paciente quando a proposta faz sentido para ele e desperta interesse, do que impor uma atividade que ele considere cansativa”, ressalta.

O profissional destaca que o videogame, além de estimular a interação, acessa memórias afetivas por estar associado a brincadeiras da infância. A atividade não se restringe aos mais jovens: pacientes mais velhos também se mostram curiosos e participativos. “É uma ação que integra a terapia ao tratamento realizado aqui”, acrescenta.

O técnico de enfermagem Edilson Suaris participou da atividade, jogando uma partida de luta contra um paciente. Para ele, a iniciativa tem impacto direto na relação com os pacientes. “Só de sair da rotina já ajuda bastante e traz muita interatividade. Algumas pessoas se sentem mais à vontade para conversar durante o jogo, o que fortalece o vínculo e contribui para o tratamento”, comenta.

O placar final foi acirrado: 10 pontos para os pacientes contra 9 da equipe de saúde.

*Com informações do IgesDF
 

Agencia Brasília

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