Nesta quinta-feira (27), o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) recebeu a visita de uma delegação angolana, acompanhada pelo Secretário de Relações Internacionais do Distrito Federal, Paco Britto, e pela chefe de gabinete da Vice-Governadoria, Juliana Bonfante. A delegação angolana está no Brasil para participar do 3º Congresso Internacional Cidades Lixo Zero e aproveitou a oportunidade para visitar a sede do SLU e conhecer melhor o trabalho desenvolvido pelo órgão em Brasília.
A visita incluiu uma revisão dos trabalhos desenvolvidos pela autarquia brasiliense e um passeio pelo Museu do SLU. O ponto alto da programação foi a ida à Usina de Tratamento Mecânico Biológico localizada em Ceilândia (P Sul), onde a delegação teve a oportunidade de conhecer de perto o funcionamento da triagem e tratamento de resíduos sólidos, que resulta na produção de mais de 2 mil toneladas de compostagem por mês.
O presidente do SLU, Silvio Vieira, destacou a importância da troca de experiências. “A cooperação entre Brasília e Luanda pode fortalecer as práticas de gestão de resíduos urbanos, beneficiando as duas cidades com soluções inovadoras e eficazes”, explicou.
Silvio destacou o trabalho realizado em parceria com as cooperativas de catadores: “Somos pioneiros nesse tipo de trabalho no Brasil e nos orgulhamos em saber que hoje somos um exemplo de como oferecer dignidade e reconhecimento aos profissionais deste setor.”
O vice-governador para o Sector Económico da cidade de Luanda, Jorge Miguêns Augusto, ficou impressionado com essa parceria. “O contrato do SLU com mais de 42 cooperativas de catadores é um modelo que desejamos replicar em Luanda”. O vice-governador disse, ainda, que atualmente, os catadores da cidade de Luanda estão marginalizados e sem suporte. “Ver como Brasília oferece dignidade e reconhecimento profissional é inspirador e reforça nossa missão de transformar essa realidade”, afirma.
Os resíduos sólidos em Luanda
Luanda, capital de Angola, é uma cidade portuária na costa oeste da África do Sul e conta com nove municípios. Atualmente, a cidade possui um processo simples de gestão de resíduos, sem trabalho de separação e coleta seletiva. Os resíduos são coletados de porta em porta e encaminhados diretamente para o aterro sanitário, que está em seu limite de vida útil com apenas mais quatro anos de capacidade. A cidade, com uma população de 12 milhões de habitantes, gera cerca de 5.6 mil toneladas de resíduos sólidos por dia.
A delegação de Luanda reconhece a necessidade de implementar processos de separação e destinação correta dos resíduos para aumentar a vida útil dos aterros e melhorar a gestão de resíduos sólidos na cidade. Eles estão interessados em aprender com os protocolos de Brasília e encontrar soluções conjuntas para problemas comuns.
Quadra Lixo Zero: um exemplo inspirador
Outra iniciativa que impressionou a delegação angolana foi o programa Quadra Lixo Zero, inaugurado há dois meses na 404/405 Sul, conhecida como Rua dos Restaurantes. O objetivo do programa é aprimorar a gestão de resíduos no comércio local por meio da instalação de seis papas-lixos, sendo quatro para recicláveis e dois para rejeitos. Diariamente, equipes do SLU realizam a coleta dos resíduos acondicionados nos papa-lixos, que são contêineres semienterrados. O programa visa eliminar o acúmulo de resíduos na quadra, promovendo a limpeza e diminuindo o surgimento de doenças e vetores animais.
A visita cooperativa reforçou o compromisso de ambas as cidades em aprimorar a destinação de resíduos sólidos, promovendo um ambiente mais limpo e sustentável para suas populações.
*Com informações do SLU
Fonte: Agencia Brasília