Antes de participar do programa Steam Maker, a estudante Ana Beatriz Santos, 13 anos, não imaginava que o universo da ciência e tecnologia era tão interessante. Com a chegada da iniciativa ao Centro de Ensino Fundamental (CEF) 1 do Guará, os horizontes de Ana e de outros estudantes foram ampliados. “Estou aprendendo muitas coisas, como ligar tomadas e caixas de som, consertar turbinas de computador, fazer desenhos de robótica. E quando a gente erra, alguém ajuda. Acho isso muito legal ”, conta, empolgada.
Presente em 16 escolas públicas, a iniciativa integra as áreas de ciências, tecnologia, engenharia, artes e matemática (Steam) com a cultura do “faça você mesmo” (maker), desenvolvendo habilidades cruciais como pensamento crítico, resolução de problemas, trabalho em equipe e criatividade. A realização é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Educação (SEEDF), a Fundação de Apoio à Pesquisa (FAPDF) e o Instituto Conhecer Brasil (ICB), com apoio da Escola do Futuro da Universidade de São Paulo (USP).
“Trabalhar a tecnologia de forma correta e significativa é essencial na formação dos nossos estudantes”, enfatiza a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá. “No CEF 1 do Guará, esse projeto, conduzido com dedicação, mostra como é possível estimular o protagonismo juvenil por meio da experimentação, da criatividade e do uso responsável das ferramentas tecnológicas. É inspirador ver nossos alunos ganhando autonomia, resolvendo problemas reais e, inclusive, contribuindo com a própria escola. Isso é educação com propósito.”
Inovação e autonomia
No CEF 1 do Guará, as atividades são conduzidas pelo professor João Gomes Ferreira, que destaca o uso do método construtivista para estimular o raciocínio lógico e a autonomia dos discentes. “Eles são os fazedores do conhecimento. A gente mostra o caminho e as ferramentas, para que eles juntem as peças e construam soluções”, explica. “Quando saírem deste curso, já terão noções de eletrônica, informática, mecânica, mecatrônica. A ideia é plantar essa semente para que saiam daqui e pensem: ‘gostei disso, quero seguir nessa área’”.
A vice-diretora acredita que a adesão dos alunos deriva da curiosidade sobre temas que não são abordados profundamente em sala de aula: “Muitos acham os temas interessantes e estão distantes do tema, mesmo vendo muitos vídeos no Youtube, pesquisando por conta própria. A partir do momento em que oferecemos o projeto, muitos gostaram, e hoje temos lista de espera para uma segunda etapa no segundo semestre”.
Aprender sobre ciência e tecnologia com a mão na massa é tão proveitoso que a estudante Sophia Vieira, 13, confessa que, às vezes, dá uma espiadinha no encontro de outras turmas. “Gosto de ver o que estão fazendo, até para saber o que vamos fazer na minha aula. Dá vontade de ficar aqui o tempo todo”, conta. O novo conhecimento também conquistou o estudante Mateus Constantino, 14. Junto aos colegas, ele está na fase inicial dos conceitos, aprendendo o básico da área, mas já sonha grande. “Quero criar um robô grande, que ande e que seja capaz de fazer muitas coisas”, revela.