O Hospital Cidade do Sol (HSol), sob administração do Instituto de Gestão Estratégica do Distrito Federal (IgesDF), implementou em meados de julho o projeto Jornada do Paciente, que visa mapear todo o percurso de cuidados especiais necessários para o usuário que chega à unidade. “Pode ser alguém que foi traqueostomizado ou que possui uma via alternativa de alimentação. Ou até mesmo aquele paciente chamado social, que não possui uma rede de apoio ou familiares conhecidos”, explica a coordenadora multidisciplinar, Camila Frois.
Com o projeto, a equipe se organiza para avaliar e montar o planejamento terapêutico. “Para o paciente social, a equipe se movimenta em busca de uma vaga em um abrigo ou para localizar os familiares. Para os que necessitam de cuidados mais complexos, são agendadas reuniões com os familiares para alinhamento de expectativas já no começo da internação dele no HSol”, explica Camila.
Essa reunião tem a participação de todos os profissionais da equipe composta de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais, farmacêuticos clínicos e psicólogos. No encontro com a família é exposta a realidade clínica do paciente e personalizamos o plano terapêutico que será adotado. “Muitas vezes é nessa conversa que os acompanhantes acabam entendendo a real situação do seu ente querido”, explica Camila.
É o caso da família do paciente Manoel da Cruz, 63 anos. O paciente chegou à unidade com a indicação de cuidados paliativos. Porém, os médicos e a equipe multiprofissional constataram que essa não era a sua realidade e fizeram uma reunião com a família dentro da Jornada do Paciente.
Delma Campos, esposa de Manoel, foi orientada sobre os procedimentos que seriam necessários realizar. “Ele teve um AVC há pouco mais de um ano e precisou de internação por conta de broncoaspirar alimentos. Me explicaram que ele tinha indicação de realizar uma gastrostomia. Eu nem sabia o que era isso”, conta.
De acordo com o gerente do HSol, Flávio Amorim, o hospital entende a importância em mapear o cuidado ao usuário. “Com isso implementamos a jornada do paciente, visando garantir uma melhor compreensão da sua experiência, expectativa no cuidado e seu desfecho clínico, buscando inovar e personalizar o tratamento proposto e de otimizar todos os pontos de contato”, conta Flávio.
Ainda segundo ele, na prática, a equipe do HSol aprimorou todo o processo de atendimento para todos os pacientes, conquistando, assim, melhores resultados. “Além disso, é possível garantir uma melhor experiência do paciente, e reduzir o tempo médio de internação ou direcionando-o para o acompanhamento de um profissional especializado”, completa Flávio.
O plano de ação pode envolver muitas vezes a orientação do próprio acompanhante de como ele mesmo deverá agir no momento em que o paciente tiver alta e for para casa. “Esse tipo de situação acontece muito com aqueles que vão precisar de uma atenção com a alimentação, com a higiene pessoal, entre outros”, lembra Camila.
Hoje, com a ajuda da fonoaudióloga da equipe multidisciplinar do HSol, o paciente Manoel já está conseguindo se alimentar via oral, e em breve poderá não mais necessitar do dispositivo de alimentação. “Eu nunca tinha tido essa experiência de conversa com a equipe. Ajudou a abrir muito a minha mente. A fonoaudióloga esclareceu muitas dúvidas que eu tinha”, conta Delma.
Feliz com a experiência que teve no HSol, Delma agradece muito o serviço e o atendimento recebido. “Eu nem sei o que falar. O time de profissionais é muito bom. Os enfermeiros, os técnicos de enfermagem, os médicos e toda a equipe são muito atenciosos comigo e com meu marido”, finaliza.
*Com informações do IgesDF
Fonte: Agencia Brasília