Ao longo dos 2 mil quilômetros de rodovias do Distrito Federal, há vários avisos para que os motoristas se atentem à passagem de animais silvestres nas estradas. Os animais contam com duas opções para atravessar as vias da capital, que possui cerca de 20 pontos de passagens de fauna em todo o seu território, segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF).
A primeira forma de travessia é pela própria estrada. Nesse caso, porém, há o risco de o animal ser atropelado, mesmo que as rodovias estejam sinalizadas para os condutores. A segunda alternativa é justamente por passagens suspensas ou subterrâneas construídas para os animais.
No Cerrado, mais de 200 espécies da fauna sofrem algum tipo de ameaça em razão da construção de rodovias. Essa ameaça pode ocorrer tanto pela fragmentação da paisagem que as estradas causam quanto por atropelamento.
Apenas nos cinco primeiros meses de 2024, o Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) resgatou 1.501 animais que cruzavam as estradas da capital. As notificações deste ano já superam as registradas em 2023, quando 1.478 animais silvestres foram resgatados pelo BPMA.
Construção de passagens
As construções de pontos de passagens de fauna seguem instruções do Brasília Ambiental e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) que, após receberem propostas para a construção de rodovias, definem se a instalação desses túneis é essencial.
Para 2024, o DER-DF prevê a conclusão de duas novas passagens de fauna: uma na rodovia DF-220, em Brazlândia, e outra na DF-131, em Planaltina. O DER-DF também espera retorno do Brasília Ambiental para a construção de uma terceira passagem entre o Balão do Torto e o Lago Oeste ainda este ano.
Para 2024, o DER-DF prevê a conclusão de duas novas passagens de fauna: uma na rodovia DF-220, em Brazlândia, e outra na DF-131, em Planaltina. O DER-DF também espera retorno do Brasília Ambiental para a construção de uma terceira passagem entre o Balão do Torto e o Lago Oeste ainda este ano
“A construção é necessária quando a rodovia atravessa, por exemplo, um corredor ecológico ou é perto de uma unidade de conservação. Nesses casos, o Brasília Ambiental e o ICMBio estabelecem quais medidas de proteção à fauna devem ser implementadas”, explica a diretora de Meio Ambiente (DINAM) do DER-DF, Maria Dulcineia Xavier Nunes.
“No momento em que você retira um animal da pista, você está salvando vidas. Você salva a vida do animal e dos motoristas. As passagens auxiliam nesse sentido. Você preserva o meio ambiente e os condutores”, complementa.
Vale lembrar que o DF está inserido em uma Área de Proteção Ambiental do Planalto Central (APAPC). De acordo com o Brasília Ambiental, a capital possui 72 parques ecológicos e urbanos sob sua administração, além de outras 22 unidades de conservação de proteção integral ou de uso sustentável.
Debate na sociedade
Em maio, a Câmara Legislativa do DF realizou uma audiência pública sobre a obrigatoriedade da implementação de passagens de fauna nas rodovias da capital. O debate ocorreu após repercussão do caso envolvendo a loba-guará Pequi, morta no ano passado após ter sido atropelada na BR-080, que liga Brasília ao município de São Miguel do Araguaia (GO).
Durante a audiência, ficou definida a criação de um grupo de trabalho para estudar a fauna atropelada no Distrito Federal. De 2010 a 2015, o Instituto Brasília Ambiental realizou uma pesquisa que apontou que, dos 5.355 animais atropelados nesse período, 70% eram aves. O GT será composto por Brasília Ambiental, ICMBio, DER-DF e ONG Jaguaracambé, voltada à conservação da biodiversidade.
Sinalização
O DER-DF vem implantando em suas rodovias medidas de proteção à fauna, tais como: sinalização específica de advertência para indicar a proximidade com áreas de preservação ambiental e presença de animais; dispositivos para permitir a travessia de animais com segurança (passagens de fauna); e controladores de velocidade, quebra-molas, sonorizadores etc.
Veja, a seguir, o que fazer caso aviste animais silvestres correndo risco de atropelamento. É crucial seguir os seguintes passos para evitar acidentes e salvar vidas:
– Parar em local seguro: nunca pare o veículo no meio da estrada;
– Sinalizar o local: use triângulos, cones ou outros sinalizadores de trânsito para alertar os demais motoristas;
– Não se aproxime do animal: animais feridos podem reagir de forma agressiva. Observe o animal de longe e repasse as informações aos socorristas;
– Acione o batalhão: ligue no 190 para que a ocorrência seja gerada e o BPMA seja designado ao local. É importante informar a localização e a condição do animal, além dos dados pessoais, como telefone, para que os policiais consigam mais detalhes em tempo real e se equipem de acordo com a necessidade do resgate;
– Aguarde as instruções: siga as orientações dadas pelos militares até a chegada da equipe de resgate.
Fonte: Agencia Brasília