“Vozes e Vãos” estreia no Festival de Cinema de Brasília


Entre serras imponentes e rios que desenham a Chapada dos Veadeiros, resiste um povo que há séculos guarda saberes, memórias e modos de vida fora do ritmo do mundo urbano. Da relação íntima com a terra, da oralidade e da espiritualidade, nasceram quilombos que hoje são referência no país: Kalunga, Capela, São Domingos e tantos outros que carregam a força da ancestralidade no coração do Brasil.

É nesse território que nasce “Vozes e Vãos”, documentário dirigido por Edileuza Penha de Souza e Edymara Diniz. A obra mergulha nas vivências quilombolas, retratando a juventude que transforma sua herança cultural em força para o futuro. Entre danças, sonhos e trajetórias, o filme mostra como jovens quilombolas preservam tradições e projetam caminhos de resistência e esperança.

A pluralidade de vozes retratadas e da equipe que constrói o documentário sustenta sua potência. Mulheres e meninas guardiãs do saber, lideranças comunitárias e jovens que transitam entre o campo e o universo digital trazem relatos que revelam uma obra sensível e emocionante, reafirmando a coletividade como elemento essencial na preservação da identidade quilombola.

O Cerrado, bioma onde essas histórias se entrelaçam, também aparece como personagem. Rios, matas e morros se costuram num território que revela tanto sua fragilidade quanto sua força, lembrando que a preservação da cultura quilombola caminha junto com a preservação ambiental. Vozes e Vãos mostra que defender os quilombos é também defender o Cerrado e, consequentemente, o futuro climático do Brasil. 

Ao colocar a juventude no centro da narrativa, o filme revela o movimento contínuo da ancestralidade. São jovens que aprendem com os mais velhos, mas também criam novos caminhos: artistas, comunicadores, jogadores, estudantes e trabalhadores que ressignificam tradições diante dos desafios contemporâneos. Esse encontro de gerações fortalece a identidade coletiva e renova a esperança.

Depois da estreia em Goiânia, no Sertão Negro, o documentário chega agora a um dos palcos mais importantes do audiovisual brasileiro: o Festival de Cinema de Brasília. A presença de Vozes e Vãos nesse espaço reafirma a força das narrativas vindas do Cerrado e dos quilombos, ampliando o debate sobre diversidade, acessibilidade, território e corpo-memória.

Vozes e Vãos é um convite a escutar histórias que muitas vezes foram silenciadas. Também é um chamado a reconhecer a riqueza das comunidades quilombolas e sua contribuição para a cultura, a história e a sustentabilidade não só de Goiás, mas do Brasil. E você é nosso convidado a viver essa experiência!

 


Sobre o Festival de Cinema de Brasília

Em 2025, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro celebra 60 anos de existência e resistência. Chegando à sua 58ª edição, o mais longevo festival de cinema do país reafirma seu compromisso com a valorização da produção audiovisual brasileira e com o fortalecimento das políticas públicas de cultura.
De 12 a 20 de setembro de 2025, o Cine Brasília será novamente o grande palco da diversidade estética, política e afetiva do cinema nacional, com sessões comentadas, mostras especiais, debates, oficinas e atividades formativas em diferentes regiões administrativas do DF.

Exibições de Vozes e Vãos no festival

15 de setembro (segunda-feira)

  • 15h – Complexo Cultural Planaltina
    Exibição com legendagem descritiva e audiodescrição

  • 18h – Cine Brasília – Sala Vladimir Carvalho
    Exibição com legendagem descritiva e audiodescrição

  • 19h45 – Sesc Gama e Sesc Ceilândia
    Exibição com legendagem descritiva

16 de setembro (terça-feira)

 


Sobre as Diretoras:

Edileuza Penha de Souza – Diretora e Roteirista
Professora, escritora, documentarista e pesquisadora, Edileuza é referência no estudo e promoção da cultura quilombola e afro-brasileira. Doutora em Educação pela Universidade de Brasília (2013), desenvolve pesquisas nas áreas de cinema, gênero e raça. Seus filmes, como Mulheres de Barro (2014) e Filhas de Lavadeira (2019), receberam prêmios em diversos festivais. Outro destaque é o curta Vão de Almas (2023), gravado no Território Kalunga, que também vem conquistando reconhecimento nacional e internacional.

Edymara Diniz – Diretora e Roteirista
Formada em Artes Cênicas pela Universidade de Brasília (UnB) e mestre em Artes pelo PPG-Arte/UnB, com pesquisa em processos composicionais para a cena. Especialista em História e Cultura Afro-brasileira e Africana pela Universidade Federal de Goiás (UFG), é autora do livro O Ensino do Teatro nos Quilombos: Memórias e Identidades Kalunga em Cena. Atua também como produtora cultural, com ampla experiência em elaboração e gestão de projetos.

“Este produto é realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo do Governo Federal, operacionalizado pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura.”

 

Fonte: Ana Gabrielle Ramos 

Fotos: Divulgação 

 

Fique ligado em tudo o que acontece em Brasília

Cadastra-se para receber atualizações exclusivas, novidades e descontos exclusivos.

Você sabia que o Agita Brasília está no Facebook, Instagram, Telegram, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.

BUSCAR

MENU