Yara de Cunto e Luciana Lara realizam oficina sobre arquitetura e arte na Fundação Athos Bulcão


Como parte da programação da mostra “Tudo se transforma em alvorada”, de Ismael Monticelli, acontece no dia 13 de dezembro, às 9h30, a oficina “Entre corpos e linhas: Topografias e gestos inaugurais — A influência da arquitetura moderna de Brasília nas práticas criativas dos artistas do Distrito Federal”, com Yara de Cunto e a artista convidada Luciana Lara.

A atividade propõe um diálogo entre dança contemporânea e artes visuais, articulando relações entre história, cidade, paisagem, desenho, percepção, corpo e movimento. Com duração de três horas e 30 vagas disponíveis, a oficina é gratuita e não exige inscrição prévia, com acesso por ordem de chegada. Metade das vagas é destinada a residentes fora da RA1 e a pessoas com mais de 60 anos. A atividade será realizada na Fundação Athos Bulcão (510 Sul, Bloco B, Loja 51, Asa Sul) e integra projeto patrocinado pelo Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC-DF).

Conduzida por Yara de Cunto e Luciana Lara, a oficina promove a troca de relatos históricos e processos criativos, tomando a experiência espacial de Brasília como ponto de partida para uma experimentação prática e coletiva. Os participantes são convidados a investigar, por meio de dispositivos de composição, o corpo em relação ao espaço, ao outro, ao imaginário visual e à linha como estrutura perceptiva. O encontro ativa modos de perceber e criar coletivamente, transformando o espaço em experiência corporal, traços, trajetórias e topografias que ultrapassam a representação, abrindo zonas de investigação artística entre presença, imagem e materialidade. A oficina é aberta a artistas de todas as linguagens e idades — com ou sem experiência corporal — e a pessoas interessadas em vivenciar práticas e processos criativos de maneira compartilhada.

Sobre as artistas

Yara de Cunto (Paraná, 1939) é bailarina, coreógrafa, atriz, professora e pesquisadora, radicada em Brasília desde 1971. Com setenta anos de carreira, é uma das figuras centrais da dança no Brasil. Formou-se na Escola de Ballet do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e integrou a programação da TV Tupi como bailarina e atriz. Atuou em companhias fundamentais nas décadas de 1950 e 1960, como o Ballet do MASP, a Companhia Nina Verchinina, o Ballet do Rio de Janeiro e grupos teatrais clássicos, trabalhando ao lado de Lina Bo Bardi, Henriette Morineau e Tônia Carrero. Fundou e dirigiu o Corpo de Baile do Teatro Guaíra e criou Impacto (1968), marco de resistência durante o AI-5. Em Brasília, dedicou-se à formação de artistas e ao desenvolvimento da dança, coordenando o grupo Asas e Eixos, dirigindo o núcleo BaSiraH, participando de curadorias e representando o Brasil internacionalmente. Autora de A História que se Dança (2005), recebeu o Prêmio Antares de Dança (2006). Retornou aos palcos em 2013, destacando-se com o solo Sopro. Pessoa com deficiência devido à perda parcial da visão por glaucoma, segue atuante como coreógrafa, mentora e articuladora.

Luciana Lara é artista da dança contemporânea, coreógrafa, pesquisadora, dramaturgista e professora de corpo e movimento, radicada em Brasília. Fundadora e diretora da Anti Status Quo Companhia de Dança (1988), um dos grupos mais longevos e influentes do país, desenvolve há mais de três décadas uma trajetória marcada pela investigação da dramaturgia na dança, pelas relações entre corpo, cidade e imagem e pela criação de novos formatos e suportes para as artes do corpo. Mestre em Artes pela UnB, é especializada em Coreografia e Coreologia pelo Laban Centre (Londres) e formada em Artes Cênicas pela Fundação Brasileira de Teatro. Sua obra, reconhecida pelo diálogo com as artes visuais e pela experimentação interdisciplinar, inclui trabalhos como De Carne e ConcretoCamaleõesMicroutopias Cotidianas Aglutinantes do Lugar e QR Corpo. Dirige o Núcleo de Formação ASQ e é autora do livro Arqueologia de um Processo Criativo – Um Livro Coreográfico (2020).

Sobre a mostra

A exposição “Tudo se transforma em alvorada” apresenta o encontro entre Monticelli e a série de máscaras de Athos Bulcão, uma vertente pouco conhecida e profundamente experimental do artista. Reunindo vinte máscaras ao lado de trabalhos em instalação, pintura, vídeo e neon, Monticelli estabelece um diálogo direto com uma produção que revela um Athos interessado em misturar materiais, memórias e referências heterogêneas. Inspiradas no “feto estelar” de 2001 – Uma Odisseia no Espaço e em objetos do Musée de l’Homme, as máscaras articulam reflexões sobre origem, finitude e evolução.

Ao revisitar esse conjunto, Monticelli reinsere as máscaras no imaginário visual das décadas de 1960 e 1970, marcado por experimentações psicodélicas e tentativas de representar graficamente processos mentais. A relação com a sequência Star Gate, do filme de Kubrick, aproxima as máscaras de uma estética que entrecruza luz, cor, distorção e subjetividade. Assim, o artista desloca a obra de Athos para um campo em que interioridade e mundo se interpenetram, ampliando a compreensão dessa produção singular.

Sobre o artista

Ismael Monticelli é artista multimídia cuja prática investiga relações entre arte, história e ficção, explorando utopias, distopias e imaginários de futuro. Doutor em Arte e Cultura Contemporânea pela UERJ, venceu o 7º Prêmio Indústria Nacional Marcantonio Vilaça (2019) e integrou o programa Retomada Artes Visuais da Funarte (2023). Realizou residências na La Becque Résidence d’Artistes (Suíça) e no Institute of Contemporary Arts (Singapura). Participou da 14ª e da 10ª Bienal do Mercosul e expôs individual e coletivamente em instituições no Brasil, Reino Unido, Estados Unidos, Suíça e Singapura. Seu trabalho já foi destacado por veículos como The GuardianApollo Magazine e Ocula Magazine.

Serviço

Com Yara de Cunto e a artista convidada Luciana Lara

Data: Sábado, 13 de dezembro de 2025

Horário: 9h30

Duração: 3 horas

Vagas: 30

50% das vagas reservadas para residentes fora da RA1 e pessoas com mais de 60 anos

Oficina gratuita

Não é necessária inscrição prévia: as vagas serão preenchidas por ordem de chegada

Local: Fundação Athos Bulcão

Endereço:  510 Sul, Bloco B, Loja 51 (Asa Sul, Brasília)

 

Tudo se transforma em alvorada

Ismael Monticelli em diálogo com Athos Bulcão
Texto crítico: Marília Panitz

Visitação: 28/12/2025 a 10/01/2026

                  De segunda a sexta, das 9h às 18h

                  Sábado, das 9h às 13h

Local: Fundação Athos Bulcão – Galeria AB
Endereço: W3 Sul, CRS 510, Bloco B, Loja 51 – Asa Sul, Brasília, DF

Telefone: (61) 3322-7801

E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Entrada: Gratuita

Classificação indicativa: Livre para todos os públicos

Este projeto tem o patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC-DF)

 

Fonte: Agenda KB Comunicação

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